sábado, 3 de setembro de 2011

Tchau Brasil, hi USA!

  
   Depois de meses de preparação, ansiedade e expectativas, chega o grande dia da minha viagem. Malas prontas, presentes comprados, documentos organizados, passaporte na mão. Sinto que não falta mais nada para a realização do meu sonho.
Emilly Gabrielle Carlos de Souza 

   A sensação de estar a um passo do futuro é inquietante. E, saber que as pessoas que eu realmente amo me apoiam e estão comigo independente da decisão tomada me deixou ainda mais confiante. Aqueles que não estavam comigo no aeroporto, estavam comigo mentalmente.

   Confesso que ao entrar no avião, a única coisa que me veio a cabeça foi: O que é que eu estou fazendo da minha vida? Eu ficarei longe de tudo e de todos, vou recomeçar uma vida num país diferente. O medo me subiu a cabeca. Tive vontade de sair daquela aeronave e desistir do que eu estava fazendo. Foi quando eu vi o meu caderno, onde nele estavam a maioria dos recados que meus amigos, colegas e melhores amigos fizeram para mim. Ao começar a ler, resgatei forças para não pensar como uma medrosa, mas sim como uma vencedora por estar realizando a minha maior vontade.

   Após horas de voo, eu não aguentava mais ficar sentada. Ao chegar em Miami, admirei-me com a fila enorme na imigração. Tudo ocorreu bem e o meu segundo voo para Denver estava a minha espera. Foram as 15 horas mais demoradas, mas também as mais esperadas de toda a minha vida.

   Ao chegar em Denver, pedi ajuda para achar o lugar de despache de bagagem. Para a minha surpresa, meu chairman não estava lá. Sim, ele era a pessoa responsável por me buscar no aeroporto. Não fiquei desesperada como pensei que ficaria. Peguei minhas malas e procurei o telefone mais próximo. Por sorte, no dia anterior, eu decidi imprimir o seu telefone, em caso de precisão.
  
   Após falar com ele, nos encontramos e fomos para sua casa. A viagem de Denver para Boulder foi confortável, mas não muito proveitosa, já que eram 11:50pm. Ainda no carro, perguntei-o se havia alguma coisa a respeito de sua que eu deveria saber. Ele respondeu que não, então fiquei tranquila. Ao chegar em casa, senti a extrema necessidade de comer, tomar um banho e DORMIR! E assim o fiz. Porém, quando fui tomar banho, percebi que o chuveiro não ligava. Apenas a torneira da banheira estava funcionando. Eu sabia que usar a banheira aquela hora da noite além de fazer barulho, não era adequado. Foi então que eu vi que a única solução seria tomar banho atravéz da torneira da banheira. Foi o banho mais estranho que tomei na minha vida. Acho que eu ri mais do que tomei banho. Naquele momento, me senti uma verdadeira intercâmbista.

   Não senti dificuldade para dormir. O cansaço era grande, mas a minha convicçao a respeito do meu objetivo era maior que a minha vontade de chorar. Eu estava bem, feliz, realizada e esperançosa, afinal, no dia seguinte eu conheceria a minha primeira host family. O meu primeiro café da manhã foi a comida mais estranha que eu poderia imaginar, mas deliciosa. Conheci o centro da cidade e vi as mais diversas atrações. Por todos os lados haviam pessoas tocando algum instrumento musical. Senti-me maravilhada com tanto talento em um so lugar em plena manha de domingo. A tarde fomos para Golden, minha atual cidade.

   Não pude esperar mais da minha primeira familia. Eles foram e são a melhor familia anfitriã que eu poderia ter. São a típica-atípica família Norte Americana. Acho que nunca pratiquei tanta atividade física e comi tantas comidas diferentes em apenas uma semana. Tenho dança de segunda a sexta-feira, corro com minha irmã pelo menos uma vez por semana. Para compensar, como os mais diversos pratos mexicanos, italianos, norte americanos que eu poderia e não poderia imaginar.

   Estou mais do que feliz no Colorado. Posso dizer que não me incomodo mais com a não humidade do ar ou com o sol exagerado que temos aqui. Estou me adaptando e sei que em poucos dias serei mais do que uma intercâmbista, seria um quase "nativa norte americana".

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Seja bem vinda, Julia Solis!

  
   Após semanas de conversas através da internet, começamos a conhecer mais sobre o nosso novo membro da família. Julia Solis é natural do México, mais precisamente do estado de Guanajuato, que fica no centro do país.

   Arrumamos toda a casa. Compramos as mais diversas comidas típicas brasileiras que estavam ao nosso alcance. Sem sombra de dúvidas, queríamos que Julia experimentasse um pouco de tudo e de tudo um pouco. Quando terminamos, veio a insônia e, junto com ela, a ansiedade de conhecer a tão esperada intercâmbista.

   Saímos as 04h30min da manhã do dia 18 de Julho de 2011 em direção ao Aeroporto Internacional dos Guararapes, em Recife. A viajem foi longa, mas, a cada minuto que se passava, sabíamos que estávamos mais próximos de encontrá-la.

   Preparamos tudo. Fizemos cartazes e enchemos vários balões com a bandeira do México e do Brasil. Além disso, tinha também um balão enorme em formato de coração e um banner, no qual estava escrito: Seja bem vinda, Julia!

   E, as 06h45min da manhã, chega Julia Margarita. Cansada, com fome e com muita indisposição, ela, definitivamente, não esperava uma festa na sua chegada. De acordo com a mesma, o máximo que ela achava que aconteceria seria um cartaz bem informal com o nome dela.

   Todos no aeroporto nos olhavam perplexos. Certamente pensavam "Como eles conseguem estar tão animados antes das 7 horas da matina?". Mesmo assim, a nossa felicidade não mudou. Julia estava incrédula, mas, ao mesmo tempo, alegre.

   Logo depois, fomos tomar café da manhã e a levamos para conhecer o aeroporto. Sucessivamente, fomos ao shopping Recife, onde a presenteamos e começamos a ensinar alguns objetos, os quais ela aprendeu rapidamente seus nomes.

   Ao chegarmos em casa, ela se deparou com um cartaz enorme - escrito em espanhol - desejando-lhe boas vindas ao seu novo lar. Na porta do seu quarto haviam cortinas nas cores do nosso país e em cima da cama estavam mais presentes relativos ao Brasil.

   Sua adaptação com a comida e, principalmente, com a casa, foi fácil. Nós a deixamos à vontade e ela assim se sentiu. Apegamos-nos a ela e ela a nós. A sensação que tínhamos era que ela já fazia parte da família e veio apenas novamente ao nosso encontro.

   Em relação a língua, está muito adiantada. Ela aprendeu rapidamente todas as palavras que lhe foram passadas e, na mesma semana que chegou, já estava ate conseguindo falar um pouco no telefone. Viajamos e apresentamos a ela o máximo de coisas que conseguimos. O interessante é que os nossos familiares também acharam que ela parecia uma pessoa da família, pois seu jeito de ser lembra muito o nosso.
  
   De acordo com Julia, o Brasil é um país superbonito e tudo o que ela viu, gostou. "Os brasileiros são muito parecidos com os mexicanos. São carinhosos, simpáticos e querem sempre dar o melhor de si para agradar o próximo" diz ela. E assim esperamos que seja, pois queremos tratá-la da mesma forma que eu gostaria de ser - nos EUA-, ou seja, tratada como uma filha.

   Sendo assim, esperamos fazer o possível para tornar o intercambio dessa tão presunçosa mexicana o mais inesquecível de todos. Mostrado coisas boas, mas também algumas ruins. Fazendo-a aprender muito a respeito dessa cultura tão rica que é a brasileira.

Emilly Gabrielle Carlos de Souza.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

O Consulado Norte Americano


                                                  
   Antes de embarcar na viagem mais emocionante da sua vida, existe uma etapa essencial chamada visto. Assim que se tira o passaporte, o próximo passo é passar por essa entrevista, que decidirá sua ida ou não para o país destino.    
   Após pagar taxas e mais taxas, fora o agendamento do visto, espera-se o dia da tão “tenebrosa” entrevista. A fila é grande, a segurança maior ainda. Seguranças lhe rodeiam a todo o momento e, ao mesmo tempo, lhe observam a cada instante.
   A papelada requerida não pode ser deixada de lado: Documento dos imóveis, identidade, certidão de nascimento, contracheques, enfim, uma série de formulários e papéis que precisam ser levados para uma avaliação momentânea.
   Digamos que, conseguir um bom entrevistador é apenas uma questão de sorte, já que ninguém nunca sabe o que lhe espera. Além disso, a facilidade de ter o visto aprovado quando se vai por um programa de intercâmbio é muito maior, já que seu objetivo não é para fins turísticos, mas sim educativos.
   O tempo dentro do estabelecimento é relativo. Porém, aconselho-lhe a chegar cedo, pois, em qualquer eventualidade, ainda tem-se tempo de consertar algo ou, até mesmo, não enfrentar uma grande fila – que, certamente, é a pior parte.
   O resultado é dado na hora e lá dentro eles já possuem um stand dos correios, onde se compra um envelope (SEDEX) para o envio do seu passaporte com a resposta. Caso aprovado, mantenha a calma, caso não, não se preocupe. Você ainda terá um tempo para refazer a papelada e tentar novamente. Então, lembre-se sempre de conferir toda a documentação antes mesmo de entrar no consulado, já que, uma vez dentro, você não sai mais até que sua resposta tenha sido dada. Faça um check list com tudo que será necessário levar. Dessa forma, você não se confundirá, caso precise de mais alguma coisa para completar mais uma fase importantíssima do seu intercâmbio.

Emilly Gabrielle Carlos de Souza

terça-feira, 12 de julho de 2011

Nossa homenagem para os pais

Gravatá, 10 de julho de 2011.

   Bravos são os homens que têm coragem de conhecer o desconhecido, explorar o novo, compreender o incompreensível. Porém, mais bravos ainda são aqueles que os apóiam e apostam tudo em suas descobertas.
   O tempo passou rápido. Estamos cada vez mais próximos de embarcarmos para mais um desafio. Lembramo-nos como se fosse ontem o dia em que decidimos encarar essa jornada. No início, existiram muitas indecisões e apreensões, mas hoje temos certeza:  Tomamos a decisão correta.
   O dia de irmos embora está chegando, mas isso não nos provoca medo. A ansiedade, animação e felicidade no abordam. Todavia, não desistiremos fácil do que temos em mente, já que foram vocês mesmos que nos ensinaram a não temer o obscuro. Se hoje estamos buscando os nossos sonhos, saibam que isso se dá graças a vocês, que nos deram todo alicerce com a maior dedicação possível.
   É... Uma hora isso ia acontecer, a vida cobra e a gente tem que crescer. E é exatamente isso que o intercâmbio traduz. Sabemos que não será fácil, mas o saldo positivo que ficará conosco... Ah, esse sim será inarrável. Pois, assim como um pássaro sairá do ninho para atingir novos horizontes, partiremos daqui. Não com a certeza de que apenas voltaremos, mas com a mesma de que voltaremos melhores do que partimos.
   Sendo assim, não importa o onde, o como ou o quando, levaremos vocês em nossos corações.
    
                                     Com amor, Outbounds 2011/2012

                                                    
                                          

Está chegando a hora

   A cada dia que se passa, aproxima-se o dia partir. Treinamentos, conselhos, abraços, palavras, cartas, despedidas. Ao fazer intercâmbio, pensa-se sempre que falta "muito" para viajar. Porém, quando se dá conta, falta apenas um mês para a tão esperada realização do sonho. O que é intrigante é que a ficha só cai realmente quando se está em momentos decisivos, onde sabe-se que não terão mais volta.
   Ao entrar em um programa de intercambio pelo Rotary, passa-se por uma série de treinamentos, os quais são de extrema necessidade participar, já que um ano fora de casa precisa pré-requisitos. Todavia, o último treinamento é mais pesado, fora do local usual de encontro e pode-se levar familiares para participarem.
   Normalmente, essa preparação (dependendo do seu distrito) é feita em Gravatá - PE (nesse caso, foram os distritos 4500, 4720 e 4390), onde intercâmbistas de quarto estados do nordeste brasileiro participam juntos e acabam por fazer laços de amizades que levaram para sempre. Como diz a frase: Só entende intercâmbista, quem é intercâmbista. E é exatamente o que acontece. São vários jovens, em media com a mesma idade, que buscam o mesmo sonho e possuem quase o mesmo objetivo: Fazer um bom intercâmbio. Como é de natural tornar-se amigo de quem se têm coisas em comum, não é para menos que todos façam amizades e se tratem como se conhecessem a anos!
   Após muitas palestras, alegrias e novas amizades, você se depara tirando a foto oficial, ou seja, a última foto. Aquela com todos os intercâmbistas. Aquela que, no ano passado, você viu outras pessoas tirando e que agora é a sua vez. É nessa hora que se nota como o tempo passou rápido, como é necessário aproveitar cada segundo.
   A vontade de voltar atrás e fazer com que tudo aconteça de novo é grande. E, a partir daí, começa-se a perceber isso é intercâmbio. É aprender a valorizar aquilo que, antigamente, passava por despercebido. É analisar tudo a sua volta e aproveitar ao máximo as coisas boas. É ficar feliz com a felicidade do outro e não invejá-la. É crescer na vida com o apoio de quem torce por você. É saber que, quando voltar, terá alguém a sua espera de braços abertos para receber tudo o que de melhor se pode oferecer.

   Pois é, falar de despedida certamente é uma das piores partes de todo o processo preparatório. Justamente pelo medo, que te aborda nessas horas. Mas, com a aproximação dos dias, o fortalecimento torna-se maior e a vontade de prosseguir ultrapassa qualquer barreira, até mesmo aquele que, antes, era inimáginável.


Emilly Gabrielle Carlos de Souza



PS: Fizemos uma homenagem aos pais no nosso último dia com uma bela música e uma carta. Publicarei o conteúdo da carta na próxima postagem.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Queridos leitores,

Desculpem-me pela demora para atualizar o blog. Tenho passado por momentos muito delicados em minha vida e o tempo necessário para a produção de ideias e, até mesmo, para postar, não me foi concebido. Acabei ficando doente e, para piorar, começaram os testes finais, que fizeram de mim uma verdadeira prisioneira em meio de varias complicações e enfermidades. Porém, firmo junto à você, caro leitor, o compromisso de que procurarei ser mais rotineira, para que haja sempre uma renovação a cada vez que a página for aberta. A partir de agora, um dos assuntos que mais serão falados será: Despedida. E esse será o tema do próximo post. Espero você na próxima atualização.
Grata,
Emilly Gabrielle Carlos de Souza

O Guarantee Form (GF)

   Objetivo, com poucas folhas, demorado, complicado. Essas são algumas características do formulário mais esperado de todo o processo preparatório. O andamento do Guarantee Form (GF) começa juntamente com o Application Form (Formulário citado na 6º postagem). Porém, o mínimo é preenchido por você, já que quem responderá a maioria dos espaços em branco serão a família e o clube do Rotary do distrito que irá.
   Endereço da escola, da residência, dos pais anfitriões. Nome do conselheiro, do seu estado! Todas essas informações vêm anexadas no GF de cada intercâmbista. Além disso, os e-mails dos membros associados ao clube e dos “hosts parents" não ficam de fora, facilitando toda a comunicação entre você e sua futura família.
   Entretanto, o formulário de garantia tem como função principal permitir sua entrada no país destino, pois junto ao GF vem também um papel de legitimação do seu intercâmbio cultural. Então, na hora da entrevista do visto, o consulado analisa seus documentos e a probabilidade de conseguir a aprovação torna-se ainda maior.
   A questão é que para recebê-lo, é necessário, a princípio, preencher todo o GF do intercâmbista que vem para sua casa. Daí sim, você receberá o seu tão esperado documento.  Mas, lembre-se que esse é um processo demorado e que exige calma, principalmente na hora de completá-lo.
   Sendo assim, apresse-se para preencher tudo devidamente, para que assim você possa, tanto fornecer a alegria para a pessoa que virá para sua casa (afinal, ela também estará louca para saber mais sobre sua futura família), quanto receber resposta do seu futuro lar: O país anfitrião!

Emilly Gabrielle Carlos de Souza

sábado, 28 de maio de 2011

A marca do seu intercâmbio: O blazer

   Após o preenchimento do Application Form, o próximo passo é mandar fazer ou comprar o blazer do intercâmbio. Ele deve ser azul marinho, de mangas compridas, com a bandeira do país de origem e o estado do lado direito da manga, a insígnia do Rotary no lado esquerdo do peito e, desse mesmo lado, a bandeira do país destino na manga.
   O blazer serve como identificação em qualquer lugar visitado, fazendo com que você tenha prioridade em diversos lugares, por exemplo: No aeroporto. As aeromoças reconhecem o blazer e evitam que você enfrente uma fila enorme e te guiam para os aviões correspondentes aos voos que seguirá, pois elas sabem que quem esta viajando é um menor de idade e, por isso, necessita de um acompanhamento.
   Além disso, você pode colocar tudo o que marcou em sua viagem, que é o chamado PIN de intercâmbio. Esses Pins servem de lembrança para todos aqueles intercâmbistas que você encontrar e que marcaram sua viagem. Você o entrega um Pin e o mesmo te da outro em troca do que ganhou. E não precisa ser apenas lembranças compradas. Se você passou por um momento muito especial com alguma pessoa, pegue algo que lembre aquele lugar, coloque a data e fixe no seu blazer. Isso com certeza fará você lembrar-se do ocorrido.
   Então, não deixe de encher seu blazer de cartões, copos, bandeiras, bottons, enfim todos os Pins que desejar (isso depois de viajar), já que essa será uma oportunidade única de relembrar todos ou, pelo menos, quase todos os momentos do momento mais importante de todos: Seu intercâmbio !

Emilly Gabrielle Carlos de Souza
                   

                                    

domingo, 22 de maio de 2011

A chegada do intercâmbista

  A partir do momento que se ingressa em um programa de intercâmbio oferecido pelo Rotary, os participantes passam a receber um intercâmbista de qualquer lugar do mundo em sua casa. Isso mesmo, os pais dos futuros viajantes têm o dever de acolhê-los e dá-los todo o apoio necessário em um período de aproximadamente quarto meses (já que os outros oito ele passará com as outras duas famílias selecionadas). 
  Com a chegada do Application Form (como apresentado na postagem anterior, é o formulário onde são passadas todas as informações do futuro estudante do exterior) do novo integrante da família, pode-se saber inúmeras coisas sobre ele. Por exemplo: Sua antiga escola, seu hobby, fotos com os amigos e pais, consultas medicas e ortodônticas, informações da vida pessoal... Enfim, tudo que será necessário para saber um pouco mais da pessoa que vira.
  A melhor parte disso tudo é que, além dos filhos, os pais também têm a oportunidade de aprender sobre outra cultura, outra forma de vida - diferentes da habitual. E a escola não fica de fora, pois é inenarrável o aprendizado que se obtêm com a vinda de um intercâmbista. Eles expandem visão de mundo das pessoas que com eles convivem, trazendo uma nova cultura, uma nova maneira de encarar a vida.
  Mas nem tudo são flores, pois as dificuldades que eles passam não são poucas. Imagine ficar em um lugar totalmente diferente do comum, estar com pessoas que você nunca viu na vida e ter como amigo verdadeiro e antigo apenas uma pessoa: Você.
  É... A vida de intercâmbista não é fácil. Por isso o apoio da família anfitriã é essencial nesse período de adaptação, já que são eles quem irão defende-lo e apoia-lo quando preciso. Sendo assim, aproveite a estadia do intercâmbista que vira e proporcione a ele tudo que você proporcionaria para uma pessoa que fosse da sua família, porque é isso que ele será: Seu irmão de espírito.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Application Form

   Esse deve ser o nome mais temido de todo intercâmbio. E não é para menos, pois a quantidade de coisas que têm para se fazer é relativamente enorme.  Marcar consultas médicas e odontológicas, procurar famílias para o intercâmbista que virá, fazer cartas, tirar cópias e autenticá-las, tirar fotos, traduzir notas... São tantas coisas que cansa apenas em falar. Mas o pior é ter que fazer tudo isso em tão pouco tempo. É mais como um desafio para ver se você realmente aguenta tudo aquilo que lhe está sendo imposto.
   Comigo não foi nada diferente.  O desespero era grande pelo fato de que se eu não terminasse a tempo, poderia perder meu intercâmbio por completo! Por causa de um problema com o passaporte, perdi uma festa maravilhosa, pois só que vinha em mente era o meu sonho esfarelado por conta de um documento. E saber que essa seria a minha última oportunidade viajar por onde eu queria: Rotary.  Por isso, a dica que eu dou é que façam seus applications o mais rápido possível e não deixe para fazê-los de última hora, senão você não conseguirá terminar tudo até o prazo estipulado.

Emilly Gabrielle Carlos de Souza

domingo, 1 de maio de 2011

Enfim o estado!

Depois de esperar meses para saber onde ficarei, tive uma ótima notícia. É um pouco difícil fazer o que os "chairmen" pedem a todos os futuros intercâmbistas: “Não pesquisem muito sobre o local onde ficarão, esperem até suas viagens chegarem para conhecerem suas futuras moradias!” Mas a vontade é tanta que, quando menos espero, me encontro procurando saber tudo sobre o Colorado. Sim, esse será o estado onde ficarei. Pelo que vi, é um lugar muitíssimo frio e que o inverno da cidade onde moro atualmente chega a ser o "calor" que os americanos sentem.
Ir pra um lugar frio, cheio de montanhas e distante dos outros estados superdesenvolvidos dos EUA, para uma pessoa que sempre morou em uma cidadezinha muito quente, será bem inovador. Acostumada com um frio de 17°C, sei que será meio complicada a minha relação com o gelo que vou encontrar. A indecisão sobre que roupa de frio que levarei me deixa tensa. Mas, como foi citado na postagem anterior, deixarei para comprar minhas roupas APENAS quando eu chegar ao destino final.
Estou começando a concordar que o problema ocorrido anteriormente com a minha vaga ajudou-me a ficar ainda mais confiante. Vivi momentos inimagináveis e dificuldades que me deixaram um tanto agonizada. Entretanto, sinto que isso está sendo minha garantia de que segurarei a barra independentemente do que vier acontecer. Com o tempo, vou me disciplinando a cada momento de aflição e vou transformando-o em vontade de aproveitar tudo que está a minha volta, pois um verdadeiro intercâmbista nunca abaixa a cabeça para os problemas e sempre segue em frente, mesmo estando com medo do que virá.

Emilly Gabrielle Carlos de Souza

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Tips for you

Andei pesquisando mais a respeito do intercâmbio e pensei em algumas dicas muito interessantes. Aqui vão algumas delas:
1º Tip- Não compre muitas roupas antes de ir. Nós que pensamos que as roupas brasileiras possuem um valor baixo, estamos muito enganados. O que acontece é totalmente o oposto levando-se em conta o preço das vestimentas nos diversos países da America.
2º Tip- Não lote suas malas. Tente pesá-las antes de levá-las para o aeroporto, pois com o excesso de bagagem, os passageiros pagam uma taxa não muito acessível. Afinal, você não vai querer ficar tirando suas coisas das malas antes de embarcar, não é?
3º Tip- Faça uma pesquisa a respeito de qual agência de viagem será melhor e lhe dará mais segurança, tanto em termos de qualidade e a duração do vôo, quanto extravio de malas.
4º Tip- Informe-se sobre a cultura dos moradores da região antecipadamente. Dessa forma, você evitará fazer algo que seja incoerente/incondizente com o que os anfitriões estão acostumados.
5º Tip- Procure aprender uma língua estrangeira para facilitar sua comunicação. Se isso não for possível, não se preocupe, pois você irá sobreviver e aprenderá o idioma local de um jeito ou de outro.
6º Tip- Faça uma listagem de cada coisa que colocar na bagagem. Além da certeza de que você estará levando tudo o que irá precisar, saberá o que foi ou não retirado em caso de descaminho de seus pertences.
Creio que isso possa te ajudar um pouco na preparação para o momento mais esperado de sua vida: Seu intercâmbio!

Emilly Gabrielle Carlos de Souza

quinta-feira, 21 de abril de 2011

O temido SLEP Test

   A maioria das pessoas que pretende fazer intercâmbio para os EUA e procura uma agência de viagens e é informada de que será preciso fazer um teste de habilidade na língua inglesa para saber o nível que o estudante possui e em qual série (o famoso "grade") o aluno ficará. No meu caso foi diferente. Como não estou indo exatamente por uma agência de viagem, não é comum fazer algum tipo de teste para entrar no High School. Porém, fui informada de que teria que fazer o teste, pois as escolas do distrito que vou exigem um pouco mais de requisitos do que as outras. Sendo assim, tive que providenciar um formulário de vacinas, duas cartas de recomendações e ainda fazer o teste (acompanhado pela minha professora de inglês), que me foi mandado por um dos responsáveis do comitê rotariano do distrito do Colorado.
   Assim que soube do que era necessário para fazer a prova, fiquei desesperada na internet, com o objetivo de saber mais sobre esse tal de SLEP teste. Foi aí que eu achei um exemplo do teste e resolvi fazer-lo para saber como funcionava. No começo eu achei superfácil, mas é como dizem: nunca desdenhe nada, pois o que parece ser simples te confunde ainda mais. Desse modo, fiquei com medo. Até que a minha encomenda chegou e eu olhei o caderno de prova que me esperava. Ele era dividido em duas partes, em um total de 145 questões, sendo 71 de listening e 74 de grammar. Sim, eu fiquei pasma. Pior foi quando eu li no manual que só se pode ouvir uma vez cada questão e que são, respectivamente, 40min e 45min para a realização de cada parte do teste. E eu confirmei o que imaginava.
   No começo é simples, mas com o passar das páginas, a dificuldade e o cansaço aumentam e se sentir desesperado é totalmente imprescindível. No mesmo dia que mandei por e-mail a minha folha de resposta, recebi a noticia de que havia passado; Pelo que parece, já sei a cidade em que ficarei. Estou me informando cada vez mais sobre onde morarei e não vejo à hora de saber qual será a minha primeira família anfitriã.
   A verdade é que estou ansiosíssima e não acho que ira demorar muito, pois já sei quem será meu conselheiro e quem é o chairman do Rotary Clube que vou. Para quem ira fazer o SLEP Test, não tema. Não é difícil, mas exige muita concentração e um nível básico de inglês. Caso você se confunda ao ouvir alguma questão do listening, passe para a próxima, e lembre-se: a questão só pode ser ouvida uma vez !

Emilly Gabrielle Carlos de Souza

sábado, 16 de abril de 2011

Quando a saudade antecipada aperta...

A cada dia percebo que está mais perto da minha viagem e uma tremenda ansiedade me bate. Junto com ela vem também um desejo incontrolável de que o tempo passe rápido para eu descobrir o que me espera. Só de pensar no que tive que enfrentar, nas festas que perdi por conta de alguns problemas com o meu passaporte, no medo e na insegurança que me vem à mente, fico aflita, mas feliz. Feliz por saber que aprenderei a me virar sozinha. Feliz por conhecer o lugar dos sonhos, como todos dizem. Feliz por deixar minha vida e amigos por um tempo e começar tudo de novo.
 De repente me pego sendo emotiva demais ou aproveitando tudo que está ao meu redor. Quando menos espero, estou valorizando tudo e todos e fico pensando que cada momento será o último com aquela pessoa, até que eu esteja de volta, claro. Em uma hora eu vivo meu dia como se fosse o mesmo sempre, em outra, aqueles momentos são únicos e isso me dá uma vontade incontrolável de chorar. Hoje, por exemplo, fiquei pensando no que eu iria fazer se algo acontecesse enquanto eu estivesse fora. Confesso que desafixar minhas raízes por um tempo vai me deixar nervosa e confusa, mas prometo a mim mesma que aproveitarei cada momento quando estiver lá e que não voltarei antes do tempo destinado a minha viagem.
Fico pensando se a minha família será de caipiras ou de gente rica, se vou morar em uma fazenda ou em um lugar normal, se meus colegas de classe terão receio de falar comigo - já que sou de outro país, se minha casa será grande ou pequena, se meus host parents serão legais ou não... Enfim, tanta coisa já passou pela minha cabeça que acabo achando que o que irá acontecer será totalmente diferente do que imagino. A certeza que tenho é de que essa será a melhor coisa que irá me acontecer!
Emilly Gabrielle

sexta-feira, 15 de abril de 2011

1º Postagem


Todos falam que, quando crescerem, sairão de casa e liderarão o mundo do seu jeito. Conhecer o mundo, entender culturas, apreciar diversos sabores, viver a vida de uma forma indescritível é o sonho de quase todo mundo. Mas e se isso fosse possível? Em agosto do ano passado, decidi ir com meus pais à uma agência de intercâmbio para saber as vantagens de participar e, principalmente,  entender um pouco do que isso significa realmente. A papelada era grande, as dificuldades também, mas no final, tudo deu certo e, como eu desejava, consegui a minha idolatrada vaga para os EUA. Muitos me perguntaram: Nossa, você tem certeza do que pretende fazer? Realmente, sair do colégio no último ano, abandonar amigos que me fizeram ser quem eu sou, deixar minhas melhores amigas por um tempo, sair de perto dos meus pais superprotetores, deixar de lado meu trabalho, meu curso de línguas, meu povo, não será uma tarefa fácil, mas necessária. É horrível quando a saudade aperta antecipadamente e fico sem saber o que fazer. Confesso que já me surpreendi pensando em desistir do passo mais importante da minha vida: Fazer intercâmbio. Enfim, escrevo esse blog para expressar meus desabafos, loucuras, micos, momentos que marcarão a minha vida. Escrevo também para ajudar os futuros intercâmbistas e pra mostrar um pouco mais do lado americano que você nunca viu!

Emilly Gabrielle